Coruja e Carcará travam clássico sertanejo: Prévia tática de Afogados x Salgueiro

Por: Felipe Holanda

Duas torcidas, dois tricolores e um só povo: o sertanejo. O Sertão de Pernambuco será bem representado na Série D do Campeonato Brasileiro no clássico entre Afogados e Salgueiro, nesta quarta (28), no Estádio Vianão, na Princesa do Pajeú.

Separamos para os torcedores uma prévia tática do que deve acontecer no confronto, com modelos de jogo, destaques individuais, números e muito mais.

Taticamente, a Coruja do treinador Higor César deve ir a campo no 4-2-1-3, povoando bem o meio de campo. Já o Carcará, comandado por Daniel Nery, tende a apostar no 4-1-4-1 com muita amplitude.

Prováveis formações de Afogados x Salgueiro (Feito no Tactical Pad)

AFOGADOS

Vive um 2020 para ficar na memória de qualquer torcedor. Semifinalista do Estadual, o Tricolor do Pajeú representou muito bem Pernambuco na Copa do Brasil, chegando na terceira fase eliminatória após derrotar o Atlético-MG, nos pênaltis, num embate antológico. Agora, pelo Brasileiro, alimenta o sonho de chegar pela primeira vez à terceira divisão nacional e fazer ainda mais história.

A equipe aparece numa boa posição na tabela do Grupo 3: quarto colocado, com dez pontos ganhos e pouco mais de 41% de aproveitamento. Por outro lado, vem de derrota por 2 x 0 para o Atlético de Cajazeiras na rodada passada e tem a mesma pontuação do Campinense-PB, primeiro time fora do G-4, que tem um jogo a mais.

COMO DEFENDE

Quando é atacado, o Afogados costuma se postar no 4-4-1-1, com duas linhas de quatro para segurar as investidas dos laterais e pontas do adversário. Nesse esquema, o meia central e o centroavante ficam mais à frente, já que as linhas rivais sobem e podem deixar espaços em caso de desarme.

Postura da Coruja na defesa (Imagem: MyCujoo)

Outra alternativa dos comandados de Hígor na defesa é o esquema 4-4-2 clássico, com Candinho, principal referência técnica do time, recuando para auxiliar Rogerinho na recomposição.

Afogados na transição defensiva (Imagem: MyCUjooo

A Coruja é agressiva no campo de ataque, com dois ou três homens próximos ao portador da bola, com marcação zonal e triangulações. Incisiva, a estratégia pode dar bons resultados.

Três marcadores da equipe afogadense em um (Imagem: MyCujoo)

O ponto fraco acaba sendo a própria saída de bola. Por essas e outras, o Afogados é dono da pior defesa de sua chave, com 15 gols sofridos – média de 1.8 por jogo.

COMO ATACA

Ofensivamente, os afogadenses apostam boa parte de suas fichas num jogo apoiado, com amplitude dos homens de ataque para puxar a marcação adversária e os meias  “pisando” na área.

Investida ofensiva do Tricolor (Imagem: MyCujoo)

Com Candinho pensando o jogo e fazendo bem a função de camisa 10, a Coruja do Sertão utiliza muito as subidas dos laterais na progressão de posse para tentar o cruzamento, o que vem dando resultado; marcou três dos seus dez gols na Série em bolas alçadas na área.

Coruja no ataque contra o Campinense (Imagem: MyCujoo)

O Afogados costuma adiantar a marcação, principalmente quando está em desvantagem no placar, para ter chances de roubar a bola. Caso consiga, inicia rapidamente a transição ofensiva para chegar à meta adversária.

Os afogadenses têm uma arma muitas vezes letal na bola parada, com Candinho, que bate muito bem em gol. Outro que também se destaca no quesito é Guilherme, revelado pelo Náutico e com passagem pelo próprio Salgueiro.

Meia tenta o arremate de longe (Imagem: MyCujoo)

SALGUEIRO

É outro que também passa pela temporada mais importante de sua história. Venceu o Santa Cruz, no Arruda, e se tornou o primeiro esquadrão do interior a levantar a taça do Pernambucano. Insaciável, o Carcará quer alçar voos ainda mais altos na Série D e manteve a base do time que foi campeão estadual há pouco mais de dois meses.

Na tabela, o Tricolor Sertanejo aparece na terceira posição e tem mais chances de classificação do que a Coruja, pelo menos na teoria. Com 13 pontos, é dono da defesa menos vazada do Grupo 3, sofrendo apenas quatro gols – média de meio por jogo.

COMO DEFENDE

A disposição tática mais utilizada pelo time de Nery é o 4-1-4-1, principalmente em situações defensivas, para explorar duas linhas de quatro. Dessa forma, o Salgueiro ocupa bem os espaços e tem boas chances de forçar o adversário a errar o passe.

Carcará no 4-1-4-1 contra o Campinense (Imagem: MyCujoo)

O treinador português é da escola que gosta de marcar alto independente da minutagem. E muitas vezes dá certo, como frente ao Campinense, quando Raimundo Júnior roubou a bola e assinou o gol da vitória aos 48 do 2º tempo.

Sertanejos chegam ao gol após apertar a saída (Imagem: MyCujoo)

Além do 4-1-4-1, outra alternativa tática utilizada pelo “Mister do Sertão” é o 4-3-3 defensivo, principalmente quando a equipe rival faz a transição em velocidade.

Carcará postado para segurar o Floresta-CE (Imagem: MyCujoo)

COMO ATACA

O Salgueiro, pelas próprias características do treinador, gosta de trabalhar a posse desde o campo de defesa. Assim, chega a fazer uma saída de três com os dois zagueiros e o goleiro César Tanaka, que é importante taticamente com a bola nos pés.

Arqueiro salgueirense inicia a construção de ataque (Imagem: MyCujoo)

Na organização ofensiva, o volante Bruno Sena é a peça mais utilizada na saída. Com uma boa visão de jogo e qualidade no passe, o camisa 5 geralmente consegue progredir a posse de bola salgueirense e muitas vezes aparece livre de marcação.

Camisa 5 é fundamental para o funcionamento do time (Imagem: MyCujoo)

Em profundidade, quem costuma aparecer muito bem é Renato, que atua como meia ou ponta esquerda, sempre dando boas opções de passe. É o principal artilheiro do Carcará, com cinco gols na temporada.

Renato arranca para vencer a marcação (Imagem: MyCujoo)

O atacante Ciel, mesmo sendo a referência lá na frente, costuma se movimentar muito. Faz bem o pivô, tem bom passe e visão de jogo.

Irmão do ex-jogador Nildo, que fez história no futebol pernambucano, Ciel também pode arrancar em velocidade e acionar os companheiros de ataque.

HISTÓRICO DO CONFRONTO

O clássico sempre foi marcado pelo equilíbrio. São três vitórias do Carcará, contra duas da Coruja, além de um empate. O último foi o mais importante deles, valendo vaga da grande final do Pernambucano, no qual o Carcará levou a melhor por 3 x 0. Já em 2019, na decisão no terceiro lugar, vitória afogadense: 2 x 1.

Arte: João Rodrigues.

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