Por Mateus Schuler
Nem o filme de terror mais horripilante teria um roteiro perfeito como a nova derrota do Náutico na Série B. Se o objetivo antes da partida desta sexta-feira (13) era exorcizar os fantasmas, dentro de campo ocorreu o contrário, com o Operário sendo soberano e o Timbu voltando a repetir más atuações, sendo derrotado por 3×1.
O resultado negativo mantém os alvirrubros na zona de rebaixamento por, pelo menos, mais duas rodadas, pois estacionam em 20 pontos – quatro a menos que o Vitória, primeiro fora – ganhos. O próximo obstáculo agora é o Sampaio Corrêa, em jogo atrasado pela 11ª rodada da Segundona, marcado para a terça-feira (17), às 18h, no Castelão, em São Luís.

COMO FOI
Mesmo com novidade no gol – por opção – e no ataque, forçada por lesão, o Náutico voltou a repetir as atuações ruins de outrora. Sem criatividade e mal na defesa, o Timbu foi pressionado durante toda a etapa inicial e não levou perigo à meta adversária, com todas as finalizações indo fora da barra, sendo bloqueadas ou direto para fora.
Defensivamente, a postura continuou a de outras partidas, com a equipe se postando no 4-3-2-1. Kieza ficou isolado na referência, enquanto Jean Carlos e Dadá caíram abertos, já Rhaldney, Jhonnatan e Jorge Henrique ocuparam a cabeça de área. O que mudou foi a transição ofensiva, pois a saída de bola era nula, já que as única opção era a ligação direta, com Rhaldney ficando sem o apoio da dupla de zaga para iniciar as jogadas.
Com maior posse de bola, o Operário apostou na manutenção do 4-2-3-1 ao atacar, cabendo a Thomaz atuar pela ponta esquerda e Douglas Coutinho na direita. Se sobrava vontade, faltava pontaria ao Fantasma para abrir o placar, o que acabou ocorrendo somente nos minutos finais da etapa inicial.

Após mais um erro de posicionamento no sistema defensivo dos alvirrubros, os alvinegros saíram em vantagem com gol do estreante Ricardo Bueno. O atacante recebeu cruzamento preciso de Fabiano na entrada da pequena área e, com liberdade, chutou firme e sem marcação por perto, estufando a rede de Halls.
No segundo tempo, Gilson Kleina teve de sacar Jean Carlos, com dores na coxa, promovendo a entrada de Marcos Vinícius. Pouco depois, Dudu ganhou a vaga de Jorge Henrique para tentar melhorar o setor de criação do Timbu, no entanto as substituições não surtiram efeito imediato, pois pouco depois o Operário ampliou a vantagem.

Em lançamento na esquerda de ataque, Douglas Coutinho – que estava na direita na etapa inicial aproveitou o espaço cedido pelo lateral-direito Yago Rocha fez grande lance individual. O atacante alvinegro driblou Yago, limpou para a perna direita e soltou o pé no canto do goleiro alvirrubro, que ainda se esticou para tentar fazer a defesa.
Na tentativa de corrigir os descuidos defensivos e ficar mais criativo na zona ofensiva, Kleina optou por colocar Bryan e Ruy, tirando Yago Rocha e Dadá Belmonte, pouco efetivos. As mudanças deram mais dinâmica à equipe e a recompensa veio em seguida, quando Rafael Ribeiro lançou ainda da defesa e Kieza, depois de trocar passes com Ruy, entrou infiltrado e finalizou sem dar chances a Thiago Braga.

Quando tudo parecia que teria novo rumo, os pernambucanos confirmaram a apatia dentro das quatro linhas e viram o adversário sacramentar a vitória. Bryan tentou iniciar uma jogada na faixa central, mas escorregou sozinho e a bola ficou com os paranaenses; Tomas Bastos recebeu na esquerda e cruzou rasteiro na segunda trave, onde estava Douglas Coutinho, que só empurrou ao fundo do gol e deu números finais.
Ficha do jogo
Operário-PR: Thiago Braga; Alex Silva, Rafael Bonfim, Sosa e Fabiano; Leandro Vilela e Marcelo (Schumacher); Douglas Coutinho (Peixoto) e Jean Carlo (Tomas Bastos); Ricardo Bueno (Jiménez) e Thomaz (Diego Cardoso). Técnico: Matheus Costa
Náutico: Halls; Yago Rocha (Bryan), Rafael Ribeiro, Ronaldo Alves e Wilian Simões; Rhaldney e Jhonnatan (Guillermo Paiva); Jorge Henrique (Dudu) e Dadá Belmonte (Ruy); Kieza e Jean Carlos (Marcos Vinícius). Técnico: Gilson Kleina
Créditos da foto principal: André Jonsson/OFEC