Por: Felipe Holanda
Treinador balançando no cargo, nove gols sofridos nos dois últimos jogos, mais de dois meses de atraso salarial. É este o cenário agonizante do Altos, adversário do Santa Cruz às 15h45 deste domingo (4), no Estádio Albertão, em Teresina, pela sétima rodada da Copa do Nordeste.
Já eliminada matematicamente, a Cobra Coral entra em campo pela honra. Separamos para a torcida tricolor tudo sobre o próximo adversário: principais posicionamentos táticos, números, jogadores para ficar de olho, e muito mais do Jacaré.
Apesar da crise econômica, atenuada por um surto de covid no elenco, o alviverde deve manter o 4-2-3-1 como base tática. O técnico Fernando Monet, que vem balançando no cargo nas últimas semanas, não deve promover novidades e apostar num meio de campo preenchido para conter a troca de passes do Mais Querido.
COMO ATACA
Tendo a posse, o Altos aposta em triangulações no terço final de campo, além do apoio dos laterais, para surpreender o adversário. Por outro lado, não é um 4-3-3 propriamente dito, flertando entre o 4-1-3-2 e o 4-4-2 clássico, em busca de amplitude. A tendência, porém é concentrar o jogo pelo meio com toques curtos.

A construção ofensiva é um dos pontos fracos, com excesso de bolas longas para os extremos e passes errados, favorecendo a marcação posicional baixa/média do oponente. Além disso, o Altos costuma apresentar pouca intensidade quando precisa propor o jogo, costumeiramente lento em transições.
Apesar de atuar centralizado, Juninho Sergipano, o camisa 10 do Jacaré, costuma cair muito pelos lados. Ele é o elo entrelinhas do alviverde, mas tem mais características de profundidade do que armação, mesmo com qualidade no passe.
COMO DEFENDE
Vindo de goleada por 5 x 0 para o Bahia no Nordestão, a maior fraqueza é a defesa. O Altos costuma se fechar no 4-4-2 com variações para o 4-2-2-2, mas tem pouco aproveitamento nos encaixes. Dando brechas entrelinhas, apresenta também carências de marcações pelos lados.
O ponto mais fraco é pela esquerdo, já que o lateral costuma se adiantar bastante e desorganizar o sistema. Tal erro foi visto mais de uma vez em todos os jogos do Jacaré na temporada e é por a lá onde os rivais costumam agredir com mais frequência. O funil também fica exposta em momentos decisivos.
Como ponto positivo, resta destacar a pressão pós perda de bola, mesmo sem a organização necessária. Os piauienses conseguem desarmar no campo de ataque e já mostraram rapidez na saída para o contra-ataque. Falta constância.

PARA FICAR DE OLHO
Juninho Arcanjo (Meia) – Um dos destaques na Série D do ano passado, tem qualidade para quebrar linhas com passes. Cadencia bem o jogo e também pode surgir como elemento surpresa. Além disso, Juninho sabe trabalhar bem com as duas pernas e pode ser decisivo se tiver espaço no funil.
Manoel (Atacante) – Ídolo do clube e um dos mais que se destacaram neste 2021 oscilante do Altos. Com presença de área e movimentação, Manoel tende a ser perigoso e faz boa dupla de ataque com Betinho, velho conhecido do torcedor pernambucano.
Créditos da foto principal: Luís Júnior/Altos