Santa Cruz: o que esperar taticamente dos adversários na Série D

Por: Felipe Holanda, Ivan Mota e Mateus Schuler

Decisivo. O Santa Cruz embarca num dos capítulos mais importantes de sua história: Série D do Campeonato Brasileiro 2022. De volta ao torneio, a Cobra Coral tem a missão de se reerguer e ressurgir das cinzas — outra vez — no cenário do futebol nacional. Para isto, está no Grupo A4, ao lado de outros sete times.

Sinalizando alguns caminhos para o time de Leston Júnior, separamos para a torcida do Mais Querido tudo sobre os próximos adversários, com prováveis formações táticas, informações exclusivas dos setoristas de cada rival, jogadores para ficar de olho, e muito mais.

CAPÍTULO 1: Cobra e Lagarto

Vindo de má campanha no Sergipano, o Lagarto, primeiro rival do Santa em duelo marcado para o próximo dia 17, chega muito pressionado à Série D. Ao todo, sofreu dez gols em dez partidas, todas pelo Estadual, média de exatamente um. A principal estratégia do time, sob o comando de então treinador Betinho, quando ficava ameaçado era se fechar no 4-1-4-1, mas agora Givanildo Sales assumiu o comando.

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Posicionamento defensivo do Alviverde do Agreste (Imagem: SporTV/Premiere)

Já em fase ofensiva, a tendência era explorar um 3-4-3 buscando transições cada vez mais rápidas. Neste cenário, a maioria das construções são feitas por fora, graças à velocidade dos pontas e os apoios constantes dos laterais lagartenses. Na temporada, foram 19 tentos assinalados.

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Verdão com a posse de bola (Imagem: TV Itnet)

PARA FICAR DE OLHO

O lateral-direito Guilherme Lucena, cria da base do Náutico e um dos remanescentes do Estadual, é uma das principais armas ofensivas do Lagarto. Além de boas chegadas ao ataque, usando a velocidade, Guilherme ainda tem a bola parada como seu trunfo mais importante. Já o atacante Thiago Santos é outro que permaneceu no elenco após a reformulação, pois pode atuar em mais de uma função no setor ofensivo e tem faro de gol.

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Última escalação dos sergipanos antes da reformulação (Feito no Tactical Pad)

CAPÍTULO 2: Para exorcizar fantasmas

Possivelmente, o adversário mais forte do Santa Cruz na chave. Tendo nomes conhecidos do futebol nacional, o ASA costuma valorizar a posse de bola desde o campo de defesa, utilizando uma saída 3+3. para envolver a marcação adversária e encontrar espaços, trocando passes com mais tranquilidade.

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Organização ofensiva dos alvinegros (Imagem: SporTV/Premiere)

Sofrendo 18 gols em 2022 (somando Estadual, Copa do Brasil e Copa Alagoas), o time de Arapiraca tem um sistema defensivo sólido, apesar de cometer algumas falhas. Sem a bola, varia entre o 4-4-2 e o 4-1-4-1 para segurar o ímpeto rival.

Compactação do ASA na defesa (Imagem: Nordeste FC)

PARA FICAR DE OLHO

O volante Jorginho, com passagem recente pelo Santa Cruz, é cria do próprio ASA e um dos mais experientes do time. E essa experiência deve ser usada em favor da equipe. Já o centroavante Júnior Viçosa, outro velho conhecido do futebol pernambucano por atuar no Sport, já rodou o país, e é o artilheiro do time em 2022, pois marcou sete gols em 14 jogos, tendo média de 0,5.

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Time-base do Fantasma na temporada (Feito no Tactical Pad)

CAPÍTULO 3: Um cancão pelo caminho

Faiscando. A terceira rodada promete fortes emoções ao torcida da Cobra Coral no embate com o Juazeirense. Os baianos têm a defesa como ponto fraco, sofrendo 12 gols em 11 partidas disputadas na temporada; estratégia mais utilizada pelo treinador Quintino Barbosa é se fechar no 4-4-2, alternando ao 4-3-3 quando está sem a bola.

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Tentativa de compactação do Cancão de Fogo (Imagem: Fanatiz)

O ataque, por outro lado, costuma ser mais efetivo. O time preza pela objetividade tendo a posse, utilizando uma saída 3+4 para liberar os laterais/pontas e construir as jogadas por fora. Boa parte de seus 12 gols na temporada, somando Campeonato Baiano e Copa do Brasil, saíram assim.

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Início da organização canconeira (Imagem: TVE)

PARA FICAR DE OLHO

O lateral pernambucano Dadinha ainda é novo, mas já mostra muita bagagem pelo futebol nordestino, principalmente por Pernambuco. O jogador chega forte nos cruzamentos e na criação de jogadas, principalmente nas bolas paradas. Já Deysinho, outro velho conhecido do estado por atuar em clubes como América, Pesqueira e Central, aparece mostrando muita velocidade nas jogadas de ataque, além de ser driblador.

Equipe-base do Juazeirense na atual temporada (Feito no Tactical Pad)

CAPÍTULO 4: Operação Carcará

A equipe foi mais irregular defensivamente nesse começo de temporada. Nas primeiras fases do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste, somadas, foram 18 gols sofridos em 17 jogos. Porém, na partida contra o Fortaleza pelas quartas de final do Nordestão, a defesa foi vazada cinco vezes. Contra o Tricolor do Pici, o Carcará até conseguiu sair na frente, porém sucumbiu a pressão e acabou goleado. Tentando ao máximo se fechar, o time se postava em um 4-2-3-1 que poderia variar em um 4-5-1, com todos os jogadores participando das ações defensivas. Em algumas situações, até mesmo uma linha de cinco defensores era formada, com um dos volantes recuando para atuar ao lado dos zagueiros.

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Atlético se fechando para suportar a pressão do Fortaleza (Imagem: Nordeste FC)

O setor ofensivo da equipe teve campanhas diferentes nos dois torneios que disputou até o momento. No Campeonato Baiano, teve o segundo melhor ataque da primeira fase, com 17 gols marcados em nove partidas. Já na Copa do Nordeste, os baianos foram os que menos balançaram as redes entre todas as equipes classificadas para as quartas de final, tendo apenas seis tentos em oito rodadas.

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Saindo para o jogo, o time forma uma linha com três defensores, formada pelos dois zagueiros e um lateral, nesse caso, o direito, liberando o ala pela esquerda ao ataque. A dupla de volantes também se aproxima para dar opção de passe e levar o time até o setor ofensivo.

Atlético inicia suas jogadas com uma saída 3+2 (Imagem: Nordeste FC)

Já mais avançado, o time pode variar bastante de esquema, com os jogadores tendo alguma liberdade dentro do campo. As formações mais comuns nesse momento do jogo são o 4-4-2 e o 4-3-3. Dionísio, um dos melhores jogadores do time, pode aparecer tanto como ponta pela direita, quanto como um meia mais defensivo. Jerry e Miller também atuam com bastante mobilidade pelos lados.

Carcará avançando ao campo de ataque (Imagem: Nordeste FC)

PARA FICAR DE OLHO

O principal jogador é o volante Leandro Sobral, já acostumado com a Série D. Sempre rodando por clubes que atuaram na competição, o experiente volante pode ser um dos trunfos do Carcará, sendo um dos pilares no meio-campo. Já Thiaguinho, atacante de movimentação, pode atuar como centroavante, ponta aberto pela direita e também no meio, dando muita fluidez do meio para frente ao atacar.

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Time-base do Atlético neste 2022 (Feito no Tactical Pad)

CAPÍTULO 5: A cova do Leão

Vice-campeão do Estadual, o Jacuipense chega embalado à Série D do Campeonato Brasileiro. Tem um saldo positivo de oito gols na temporada, sofrendo 13 nas 13 partidas que disputou e a tática mais utilizada por Rodrigo Chagas na defesa é o 4-5-1; se fechar tendo duas linhas de 4 também é opção, a depender do resultado.

Compactação do Leão do Sisal sem a bola (Imagem: TVE)

Já no ataque, a equipe grená é sempre perigosa. Foi às redes 23 vezes na temporada, todas pelo Baiano. A tendência é explorar um 4-2-3-1 bem nítido, tendo o centroavante, possivelmente Welder, na referência, na tentativa de envolver a marcação rival com seu toque de bola.

Desenho do Jacupa em fase ofensiva (Imagem: TVE)

PARA FICAR DE OLHO

Liderada pela experiência do goleiro Mota, a Jacupa tem muita solidez defensiva, pois foram 10 gols sofridos em 12 jogos pelo camisa 23. Além de importantes defesas, ainda tem um papel fundamental de líder. Já o meia Danilo Rios, criado na base do Bahia, rodou o Brasil, mas está consolidado no Leão do Sisal desde 2019. Com poder criativo, joga centralizado na trinca atrás do centroavante, sendo forte na bola parada e nos passes-chave para finalizações.

Escalação proposta pelos grenás em 2022 (Feito no Tactical Pad)

CAPÍTULO 6: Choque de tricolores

Vazado seis vezes em oito jogos no Campeonato Alagoano, o CSE costuma se defender no 4-4-2. As duas linhas de quatro ficam bastante próximas, com os pontas voltando para atuar ao lado dos volantes, deixando apenas o centroavante e o meia de ligação fora das tarefas defensivas.

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CSE se fechando em um 4-4-2 contra o CRB (Imagem: Eleven Sports)

Com 12 gols marcados em oito partidas pelo estadual, o time teve o terceiro melhor ataque da primeira fase, ficando atrás apenas de CSA e ASA. A artilharia do time foi bastante distribuída, tendo como artilheiros Kalu e Edinho, ambos com apenas dois gols.

Tricolor palmeirense atacando no 4-3-3 com avanço dos laterais (Imagem: Eleven Sports)

PARA FICAR DE OLHO

Contratado pelo Índio Xucuru na reta final do Estadual como aposta para o torneio, o volante Adrian se mostrou firme na marcação, seja dando o combate ou fechando os espaços aos adversários. Tiago Recife, por sua vez, já é realidade e tem faro de gol. Mesmo vindo de momentos oscilantes nos últimos clubes, Tiago se estabilizou no tricolor, marcando cinco gols em oito jogos na atual temporada.

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Time-base alagoano para a Série D; mudanças ainda podem acontecer (Feito no Tactical Pad)

CAPÍTULO 7: O diabo rubro

O setor ofensivo foi um dos responsáveis pela campanha desastrosa na Copa do Nordeste, marcando apenas três gols nas oito rodadas da primeira fase. Porém, os números são muito diferentes quando o assunto é Estadual. Por lá, o time de Aracaju teve disparado o melhor ataque, com incríveis 28 gols em 12 partidas, uma média de mais de dois por jogo. Partindo para o ataque, costuma iniciar suas jogadas em uma saída 3+1 com participação do goleiro entre a dupla de zaga e auxílio de um dos volantes, que se aproxima dos homens mais recuados.

Sergipanos saindo para o jogo com um 3+1 (Imagem: Nordeste FC)

Mais avançado em campo, a equipe pode se postar em um 4-3-3 com as linhas bastante próximas. Doda, que não atuou contra o Bahia, é o principal meia articulador da equipe, também chegando bastante ao ataque. Com quatro gols, ele é um dos artilheiros do time no Campeonato Sergipano. Os três homens mais avançados se movimentam bastantes, contudo Matheus de Paula é quem atua mais centralizado na maioria das vezes.

Equipe de Aracaju partindo para o ataque em um 4-3-3 contra o Bahia (Imagem: Nordeste FC)

O setor defensivo também demonstra o contraste entre o time do estadual e o da Copa do Nordeste. Apesar de não ter tido a defesa mais vazada da primeira fase da competição, o Colorado levou 16 gols nas oito partidas que disputou. Pelo Sergipano, os números são melhores, com oito tentos sofridos em 12 jogos.

Sem a bola, o time costuma se postar em 4-1-4-1 clássico. Um dos volantes joga mais recuado entre as duas linhas de quatro. Os pontas também voltam bastante para ajudar a marcação, deixando o camisa 9 mais avançado e aguardando um possível contra-ataque após uma roubada de bola.

Sergipe postado sem a bola em um 4-1-4-1 (Imagem: Nordeste FC)

PARA FICAR DE OLHO

Vindo como uma das soluções para a lateral esquerda coral, Gilmar foi contratado pelo Gipão para 2022 tentando esquecer 2021, auxiliando durante a fase defensiva na marcação ou atacando, criando boas jogadas. Já o experiente meia Doda mostra qualidade ao ter a bola nos pés e demonstra boa visão do jogo, sendo o jogador mais perigoso do alvirrubro no terço final, aparecendo bem na criação e ao finalizar.

Equipe-base do Colorado para o restante da temporada (Feito no Tactical Pad)

Arte: MVN Designers

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