Por: Ivan Mota e Mateus Schuler
Fênix versus Carcará. Alçando voo por lugar na final do Campeonato Pernambucano Betsson 2022, Retrô e Salgueiro travam duelo nesta quarta-feira (13) às 21h30, na Arena de Pernambuco. Quem vencer no tempo normal garante vaga na grande decisão, enquanto o empate leva definição do classificado aos pênaltis.
Nesta análise, o Pernambutático separou para os torcedores envolvidos todos os detalhes táticos dos adversários, possíveis escalações, números e muito mais. O vencedor do duelo avança para enfrentar o Náutico, em dois jogos, ainda com datas a definir.
Reaquecendo os motores. Após quase um mês sem jogar, o Retrô volta aos gramados para duelo decisivo que pode levá-lo à inédita final do Estadual. A última partida, curiosamente, também foi diante do Carcará, em jogo válido pela última rodada da primeira fase. Para o confronto, o técnico Dico Wooley tem dois desfalques certos: atacantes Breno e Rodrigo Fumaça não figuram entre os relacionados, já o volante Gelson é dúvida; certa é a manutenção do tradicional 4-3-3.

Zero novidades. Depois de renovar o contrato de 19 jogadores, os sertanejos devem ir a campo com praticamente a mesma escalação iniciada frente ao Sport, já que Valdeir e Pedro Maycon ainda não estão com o retorno definido. O goleiro Jerfesson, por outro lado, reassume a titularidade entre os 11 e saca Everton.

COMO ATACA A FÊNIX
Segundo melhor ataque da primeira fase com 21 gols em nove jogos, ficando atrás apenas do Sport, que marcou 22 vezes, a Fênix vem se destacando pela consistência e obediência tática. A equipe de Camaragibe chega à semifinal com uma campanha quase perfeita, derrotando os três grandes de Recife e vencendo sete das nove rodadas disputadas.
Uma das características mais constantes ao longo da temporada acontece na saída de jogo. O volante Charles recua e joga próximo à dupla de zaga, se posicionando muitas vezes até mesmo infiltrado entre os dois zagueiros. Ele é o responsável por iniciar grande parte das jogadas ofensivas, algumas vezes realizando lançamentos longos do campo de defesa procurando os demais companheiros mais avançados.

Mais avançado, o time mantém o esquema tático inicial e ataca postado em um 4-3-3. Um dos volantes fica mais recuado, ainda próximo dos outros, que buscam municiar o trio de ataque; dois pontas velozes e um centroavante. O camisa 10, Renato, pode realizar várias funções no setor ofensivo, atuando na armação, como atacante mais centralizado ou até mesmo pelos lados.

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COMO ATACA O CARCARÁ
Letal. Segundo melhor ataque dentre os times que ainda disputam o título do Pernambucano, o Salgueiro marcou 18 gols até o momento, mostrando bom aproveitamento quando consegue atacar jogando numa postura reativa, o que aconteceu contra o Sport. Nas poucas vezes atacando, buscou muito a ligação direta, inclusive tendo uma saída de 3 com o goleiro Everton dando a sustentação aos zagueiros Lucão e Janelson.

Ao controlar melhor a posse, já do meio em diante, o Carcará se posta num 4-3-3 apoiado pelos laterais. Assim, os volantes se juntam ao meia armador na primeira trinca, enquanto os extremos ficam ao lado do centroavante na outra. Com isso, as jogadas fluem tanto pelos lados, como pelo meio, visando confundir a marcação.

COMO DEFENDE A FÊNIX
Melhor defesa da primeira fase, com apenas sete gols nas nove partidas que disputou, a Fênix tem em seu setor defensivo um dos seus pilares da grande campanha. Muito disso se deve pela consistência do seu quarteto que joga mais recuado. Pedro Costa, Renan Dutra, Guilherme Paraíba e Mayk firmaram vaga no time titular desde o começo da temporada.

Sem a bola, o time costuma se fechar postado em um 4-4-2. Os dois pontas retornam para ajudar, ficando ao lado dos volantes. Um dos homens do meio de campo, geralmente o mais avançado, se junta ao centroavante formando a dupla de ataque, porém também voltam bastante para marcar, deixando todos os jogadores de linha com funções defensivas.
COMO DEFENDE O CARCARÁ
Assim como o adversário, os sertanejos formam — em maior frequência — as duas linhas de 4 ao se fechar, mas alternam entre 4-4-1-1 e 4-4-2. A primeira faz o meia armador ficar entre o centroavante e os demais meio-campistas, enquanto a segunda o deixa mais próximo do atacante de área, buscando o contra-ataque pelos lados.

Caso queira ficar mais retraído, tentando fechar o máximo de espaços para os adversários, a solução é formar uma primeira linha de 5. Desse modo, há a possibilidade de formar um sistema-base composto por três zagueiros ou recuar um dos volantes, dando liberdade aos demais meio-campistas e ao camisa 9, que fica isolado.

PARA FICAR DE OLHO: RETRÔ
Pedro Costa (LD) – Força física defensiva e ofensiva. O lateral Pedro Costa é um dos destaques do campeonato na posição e chegou ao Retrô para esta temporada após passagem no Paraná e automaticamente assumiu a vaga entre os titulares. Além de ajudar muito na defesa, também chega muito ao último terço do campo. Nas sete partidas que disputou, marcou um gol e já deu três assistências.
Renato (MEI) – Artilheiro e craque. Considerado por muitos o melhor jogador do torneio até o momento, Renato é o goleador do estadual, com seis gols e uma assistência até o momento. Polivalente, o jogador de 28 anos por atuar tanto no meio, como no ataque, exercendo diversas funções. Uma das suas principais características é o chute de longe, que já fez algumas vítimas em 2022.
PARA FICAR DE OLHO: SALGUEIRO
Lucão (ZAG) – Principal responsável pela solidez defensiva do Carcará, pois é forte na bola aérea e na marcação, o zagueiro tem conseguido neutralizar as investidas adversárias. O defensor também se destaca quando ataca, já que é o artilheiro da equipe e pode levar perigo em jogadas de bola parada, seja escanteios ou faltas.
Patrick (ATA) – Substituto de Hudson na referência do ataque sertanejo, o atacante tem sido um jogador de muita mobilidade no setor, caindo tanto de lado, como pelo meio, o que confunde os adversários. Com faro de gol, pode ser uma peça importante à equipe, inclusive chegou a balançar as redes no jogo com o Sport.
Arte: Mateus Schuler sobre fotos de Raphael Cunha/Retrô FC e Rodrigo Avelar/SAC