Por: Felipe Holanda
Dias após ser apresentado pelo Náutico, Roberto Fernandes já encara sua primeira decisão no comando Timbu diante do Retrô. Reestreia nos Aflitos acontece nesta quinta-feira (21) às 16h30, pelo jogo de ida da final do Campeonato Pernambucano Betsson 2022; volta está marcada para o próximo dia 30, na Arena.
Nesta análise, o Pernambutático destrincha prováveis posicionamentos do Alvirrubro, possíveis escalações, como o Timbu se postou na última final com Roberto, e muito mais.
FEIJÃO COM ARROZ
Logo em seu primeiro treino à frente do Náutico, o técnico deu indícios do time que deve ser o titular diante do Retrô. A tendência é que Roberto Fernandes mantenha a base da equipe, mas agora mais inclinado ao 4-2-3-1, modelo diferente do que vinha sendo utilizado por seu antecessor, Felipe Conceição.

Outra possibilidade, principalmente caso o Timbu precise com urgência do gol, é performar um 2-4-4, tendo apenas a dupla de zaga mais fixa no campo de defesa. Neste cenário, Jean Carlos e os pontas se juntariam a Kieza na linha de ataque, além dos laterais ao lado dos volantes na transição ofensiva.

O sistema tático pôde ser visto na última final que Roberto disputou pelo Timba, em 2018, diante do Central. Na ocasião, a equipe da Rosa e Silva construiu bem e conseguiu chegar ao segundo gol, marcado por Jobson, na Arena; Ortigoza havia aberto o placar minutos antes, ainda no primeiro tempo.

Principal destaque técnico do time, Jean Carlos será — como de costume — o maior encarregado da municiar os homens de frente. Vale lembrar que o atual campeão estadual precisará balançar as redes no jogo de ida se quiser chegar mais tranquilo à volta, possivelmente jogando por um empate.
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Com 15 gols marcados no Pernambucano, sendo todos na primeira fase, o Náutico deve valorizar a posse de bola com o objetivo de encontrar brechas na marcação azulina. Dessa forma, a estratégia mais explorada por Roberto é utilizar uma saída 4+2, como aconteceu também diante da Patativa, mas em Caruaru.

FASE DEFENSIVA
Passando o cadeado. Sem a bola, Roberto Fernandes deve dar manutenção ao que vinha acontecendo com Felipe Conceição, se fechando num 4-4-2 de blocos médios/baixos. A missão será deixar as linhas do Náutico mais compactas, tendo Kieza e Jean Carlos mais à frente e os pontas recompondo junto aos volantes.

No final de 2018, o Alvirrubro de Roberto deixou bem claro suas duas linhas de 4 para conter as investidas do Central. Na ocasião, deixando poucos espaços entrelinhas, Wallace Pernambucano e Ortigoza ficaram mais adiantados, à espera de um contragolpe caso o Timbu recuperasse a posse. Resultado no Lacerdão foi de empate em 0 x 0.

A estratégia em fase defensiva passa por algumas variações. Quando ameaçado pela Fênix, os alvirrubros podem formar um 4-1-4-1, tendo Djavan à frente da primeira linha e apenas Kieza isolado; outro flerte frequente é o 4-5-1, a depender da movimentação do cabeça de área.

Se Djavan será o encarregado de dar o primeiro combate diante do Retrô, quem fazia a função no título de 2018 era o experiente Negretti. O volante foi um dos pilares defensivos da equipe de Roberto na reta final do Estadual sendo, inclusive, o capitão e erguendo a taça.

Sofrendo oito gols na competição, o Timba tem um a mais em relação ao time de Camaragibe, que foi vazado sete vezes. Ambos passaram em branco nas semifinais: enquanto o alvirrubro ficou no 0 x 0 no tempo normal e derrotou o Santa Cruz nas cobranças de pênaltis, os retroenses bateram o Salgueiro, na Arena de Pernambuco, por 1 x 0.
Créditos da foto principal: Tiago Caldas/CNC