Roberto Fernandes entra no panteão de grandes treinadores da história do Náutico

Por: Felipe Holanda

“Biberto Fernandes”. Após erguer seu segundo troféu do Campeonato Pernambucano pelo Náutico, Roberto entrou de vez no panteão dos maiores treinadores história Timbu. Agora bicampeão, igualou Muricy Ramalho (2001/2002), ficando atras apenas de Palmeira, tri na década de 1950, e Duque, comandante de quatro títulos na epopeia do hexacampeonato — 1964, 1966, 1967 e 1968.

Nesta análise, o Pernambutático destrincha as principais características da equipe de Roberto nas finais do Estadual, abordando números, posicionamentos táticos, estilo de jogo, e muito mais do Alvirrubro.

DA ÁGUA PARA O VINHO

Efeito relâmpago. Quando Roberto Fernandes desembarcou na Rosa e Silva para a quinta passagem, o Náutico vinha mal das pernas, apresentando futebol medíocre. Pior que isso: não dava indícios de reação. Logo em sua estreia, o que pôde se ver foi um time aguerrido e — principalmente — mais sedento pelo gol, apesar da derrota pra o Retrô, na partida de ida da final.

Em termos táticos, diante da Fênix, pouca coisa mudou em relação ao trabalho de Felipe Conceição. Ora no 4-2-3-1, ora no 4-3-3, o Timbu até conseguiu pressionar, sendo parado apenas pela atuação iluminada do goleiro Jean. Num cochilo da marcação, Guilherme Paraíba marcou o gol do triunfo retroense, que mais tarde seria recuperado por Roberto.

Posicionamento ofensivo alvirrubro na primeira partida da final (Imagem: Premiere)

No meio tempo entre uma decisão e outra, vieram duas vitórias que fizeram o Timba chegar embalado à volta, na ordem, contra Operário e CRB, ambas pela Série B do Campeonato Brasileiro. Os triunfos serviram para se afastar do Z-4 e deixar o Alvirrubro ainda mais com a marca do novo comandante.

Outro exemplo do 4-2-3-1, dessa vez frente ao Operário (Imagem: SporTV/Premiere)

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O que mais chama atenção é a mudança de atitude em tão pouco tempo. Num espaço de nove dias, Roberto conquistou três vitórias nos quatro jogos que disputou, acumulando incríveis 75% de aproveitamento à beira do gramado.

Em termos defensivos, a equipe chegou bem melhor postada na finalíssima, mesmo com alguns desfalques por não terem sido inscritos. Apesar de dominar o confronto praticamente todo, o Timba se fechou bem nas poucas investidas do Retrô. A única chance clara do adversário só veio no segundo tempo, num 11 contra 10, quando Lucas Perri salvou com a ponta dos dedos; Jean Carlos foi expulso ainda na primeira etapa.

Compactação do Timba na grande final (Imagem: Premiere)

O REI DA ARENA

A Arena de Pernambuco sempre trará boas lembranças a Roberto Fernandes. Se em 2022 veio o bi, o técnico comandou a equipe que venceu o Central por 2 x 1, em 2018, e sagrou-se campeã. Postado muitas vezes num 2-4-4, o Timbu sufocou a Patativa durante boa parte do jogo, triunfando com gols de Ortigoza e Jobson.

Construção vermelha e branca no tento de Jobson, que saiu do banco (Imagem: Premiere)

Num viés defensivo, Roberto promoveu o mesmo posicionamento tático que foi visto na atual temporada, o 4-4-2. Se fechando em duas linhas de 4, conseguiu segurar o ímpeto centralino na partida de ida, que terminou com o placar em branco.

Compactação do Alvirrubro sem a bola (Imagem: Premiere)

QUEBRANDO RECORDES

Na partida diante do Operário, Roberto Fernandes superou Duque, técnico da época do hexa, e se tornou o segundo treinador com mais jogos na história da Rosa e Silva. Até a data desta postagem, Roberto soma incríveis 190 duelos à beira do gramado.

A quebra de recordes não para por aí. O próximo “alvo” é ultrapassar Palmeira, tricampeão na década de 1950, se tornando o maior. Caso fique até o final da Série B do Campeonato Brasileiro, terá 224 jogos disputados, contra 221 do atual detentor da marca máxima.

“Simplesmente não existe palavras para descrever este sentimento. Vivo esse clube (o Náutico) há muito tempo, desde antes de me tornar treinador, e chegar à uma marca desta só me resta agradecer a Deus”

Roberto Fernandes, em resposta ao Pernambutático

Créditos da foto principal: Tiago Caldas/CNC

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