Por: Felipe Holanda
Cuscuz versus Doce de leite. Pernambucano de origem, Roberto Fernandes enfrenta seu primeiro técnico “gringo” pelo Náutico: o uruguaio Paulo Pezzolano, do Cruzeiro. Duelo entre Timbu e Raposa acontece neste domingo (15) às 16h, nos Aflitos, válido pela 7ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
Separamos tudo sobre o próximo adversário alvirrubro: principais posicionamentos táticos, estilo de jogo, números, informações exclusivas de um analista, jogadores para ficar de olho e muito mais da Raposa.
O TIME
Mudanças à vista. Sem nenhum atleta suspenso, o treinador uruguaio deve promover novidades na escalação celeste, a começar pela volta do velho conhecido Neto Moura, que não pôde atuar na Copa do Brasil, pois já havia entrado em campo com a camisa do Mirassol. Em contrapartida, Bidu está fora por desgaste; meias Leo Pais e João Paulo seguem se recuperando de lesão.

COMO ATACA
Triangulação pirâmide. O Cruzeiro costuma ir ao ataque num 3-4-3 que sempre mira transições rápidas e intensidade pelos lados, com os extremos também caindo por dentro para confundir o sistema defensivo rival. Neste cenário, o trio de ataque, formado por Jajá, na esquerda, Luvannor, à direita, e Edu, centralizado, tende a se movimentar bastante, trocando de posições.

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O início da construção celeste passa diretamente pelos pés do tridente de zaga: Zé Ivaldo, Eduardo Brock, e Lucas Oliveira. Valorizando a posse, a equipe de Paulo Pezzolano explora uma saída 3+2, liberando alas, Bidu e Geovane Jesus, para a profundidade, criando, assim, boa parte de suas chances de marcar nesta Segundona; 3-5-2 também é uma possibilidade com a bola.

“Apesar da mudança para o 3-4-3, o Cruzeiro manteve padrões na fase de ataque do 4-3-3 utilizado na maior parte da temporada. Sem tantos meio-campistas criativos, a equipe de Pezzolano busca atrair o adversário para o centro do campo e abrir as jogadas para os alas ou pontas no 1×1 e então realizar os cruzamentos para Edu. Ao longo dos últimos quatro jogos, o time teve muito domínio da posse por conta disso e, também, dos volantes controlando esses rebotes para finalizar com mais espaço a partir dos passes para trás”
Gabriel Corrêa, coordenador no Footure
COMO DEFENDE
A Raposa conta com uma defesa cheia de variações. Quando ameaçada, tende a se fechar em uma linha inicial de 5, performando um 5-4-1. O time celeste geralmente apresenta transições rápidas, tendo os três zagueiros fixos na primeira linha, recebendo a companhia dos alas, enquanto os volantes e extremos recompõem na segunda; apenas Edu, o centroavante de referência, fica mais à frente

Geralmente utilizando blocos médios, o “Cabuloso” pode subir a pressão com mais intensidade, utilizando um 4-1 no campo de ataque, sufocando a construção adversária logo no início e, muitas vezes, recupera a posse. Neste cenário, ocorrem deslocamentos rápidos, tirando o máximo possível de tempo do portador da bola.

“Para defender, precisamos falar do momento que o time perde a bola. Já na transição, os jogadores mais próximos da bola pressionam o adversário para tentar recupera-la. A linha de defesa formada por Brock, Zé Ivaldo e Oliveira joga bastante adiantada para limitar os passes curtos e mantém sempre uma superioridade no setor para não sofrer tanto nos contra-ataques. Se não conseguir recuperar, então se recompõe num 5-4-1 ou então, quando o adversário vai realizar um tiro de meta/saída de bola desde a defesa, pressiona em 5-3-2 com um dos pontas ao lado de Edu e o outro formando uma linha no meio-campo”
Gabriel Corrêa, coordenador no Footure
PARA FICAR DE OLHO
Rafael Cabral (GOL) – Vem passando segurança. Se o sistema defensivo do Cruzeiro apresenta bons números — apenas três gols sofridos em seis partidas da Segundona — muito se deve pelas boas atuações de seu goleiro. Arqueiro celeste também chega embalado após quatro defesas de pênalti, na última quinta-feira (12), contra o Remo, pela Copa do Brasil.
Lucas Oliveira (ZAG) – Líder do sistema defensivo ao lado de Eduardo Brock, Oliveira também consegue proteger bem a meta de Rafael Cabral. Além de suas obrigações defensivas, é um dos pilares da construção cruzeirense, com média de 57 passes certos por jogo, somando um aproveitamento de 95,7% na competição.
Edu (ATA) – Perigo constante. Artilheiro da última Série B, ainda no Brusque, Edu mantém o ritmo na Raposa e costuma aparecer em momentos decisivos. Até aqui, já foi às redes duas vezes no torneio, além de um passe para gol, sendo inevitavelmente um dos mais acionados do esquema cruzeirense no terço final.
Arte principal: Pernambutático, sobre fotos de Tiago Caldas/CNC e Gustavo Aleixo/Cruzeiro