Por: Mateus Schuler
Genioso. Conhecido por seu temperamento, Lisca chega ao Sport com a missão de recolocar o time nos trilhos e trazer de volta os ventos do G-4 na Série B do Campeonato Brasileiro. Técnico foi a alternativa da direção rubro-negra após saída de Gilmar Dal Pozzo, mas só faz a estreia no próximo domingo (3), no Maracanã, quando o Leão encara o Vasco, justamente seu último clube; contrato vai até o fim do ano.
Nesta análise, o Pernambutático destrincha taticamente as principais características do treinador, com conceitos, modelos de jogo, pontos fortes e fracos, números e tudo que se pode esperar da passagem de Lisca pela Ilha do Retiro.
POLÊMICAS, RIVALIDADE E CONHECIMENTO
Com histórico no arquirrival Náutico e polêmicas nos jogos diante do Leão, o — agora — novo técnico chega para seu segundo trabalho em Pernambuco cercado de boas expectativas. Precisando corrigir os problemas da era Dal Pozzo, Lisca tem em seu histórico mais recente modelos de jogo semelhantes ao do Sport, o que não trará muitas dificuldades ao elenco atual.
Seu último trabalho foi no Vasco, acumulando apenas 12 jogos em 2021, que culminaram em sua demissão pelo baixo rendimento. Desses, foram apenas quatro vitórias, além de um empate e sete derrotas, tendo o aproveitamento de 41,7%. Pelo Cruzmaltino, a equipe costumava atacar no 4-2-3-1 de base, o que tem sido visto nos rubro-negros, principalmente com apoio dos laterais.

Já no América-MG, time onde conquistou o acesso à Série A em 2020/21 e foi vice-campeão do Estadual, teve melhor desempenho. Nos dois anos à frente do Coelho, teve 78 partidas, vencendo 37, empatando 26 e perdendo outras 15, o que representa 58,5% da pontuação disputada; foi demitido após série de sete duelos sem vencer.
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Nos americanos, a tática-base era o 4-3-3, sistema que se mantinha com a posse no setor ofensivo. Essa postura já vinha acontecendo como variação e ocorreram diversas composições do meio-campo, alternando entre nenhum, um, dois ou até mesmo três volantes; dessa maneira, a transição fluiu muito por dentro, tendo os pontas responsáveis por imprimir maior velocidade.

FASE DEFENSIVA
Sem a posse, o comandante tinha como principal ponto fraco as transições defensivas, pois suas equipes sempre sofreram quando contra-atacadas, já que dão muitos espaços durante esses momentos. A postura mais frequente dos leoninos, o 4-4-2, foi observada nos alviverdes, tendo os blocos próximos para dar o máximo de compactação possível e sair em contragolpe quando necessário.

Outra alternativa usada pelo treinador, inclusive quando esteve no comando dos vascaínos, foi a manutenção dessas duas linhas de 4, mas alternadas ao 4-1-4-1. Essa opção foi acionada para tentar povoar mais o meio e fechar os espaços entrelinhas, além de fazer pressão pelos lados com os extremos e o centroavante dando suporte para segurar a criação adversária, inicialmente, por dentro.

ALTERNATIVAS NO LEÃO
Por ter o 4-2-3-1 como mais usual por onde passa, tendência é da base que já vem atuando ser mantida nos 11 iniciais rubro-negros. Dessa maneira, há a possibilidade de não realizar nenhuma mexida nas peças, já que o maior dos problemas é a conclusão de jogadas no campo ofensivo, algo a ser corrigido durante os treinamentos.

Caso opte por voltar ao modelo utilizado quando comandou o América, com três jogadores no meio, Giovanni seria sacado dos titulares, passando a jogar sem uma peça responsável pela criação. Assim, Thiago Lopes e Blas seriam a alternativa para ajudar Fabinho na transição para o ataque, deixando Bruno Matias mais fixo.

Créditos da foto principal: Divulgação/Sport